Pré-eclâmpsia: Sintomas, Riscos e Como Proteger a Saúde da Mãe e do Bebê

Andressa Souza
Andressa Alves

O que é a Pré-eclâmpsia?

A pré-eclâmpsia é uma condição grave que ocorre durante a gravidez, geralmente após a 20ª semana de gestação. Caracteriza-se pelo aumento da pressão arterial e pela presença de proteína na urina, podendo causar inchaço nas pernas, mãos, rosto ou em todo o corpo. Em alguns casos, os sintomas podem persistir após o parto ou, raramente, se manifestar apenas depois do nascimento do bebê.

Quando a pré-eclâmpsia se agrava, pode levar a complicações perigosas para a mãe e o feto, como a eclâmpsia, que ocorre quando a gestante desenvolve convulsões. Outra preocupação é o risco elevado de acidente vascular cerebral (AVC) durante e após a gestação.

Causas da Pré-eclâmpsia

As causas exatas da pré-eclâmpsia ainda não são totalmente compreendidas. No entanto, pesquisas indicam que a condição está relacionada a problemas na fixação da placenta na parede do útero no início da gravidez. Isso pode levar a um desenvolvimento anormal dos vasos sanguíneos, reduzindo a entrega de oxigênio e nutrientes ao feto. Outros fatores que podem influenciar incluem genética, sistema imunológico materno e condições médicas preexistentes, como diabetes e hipertensão.

Os vasos sanguíneos de uma mulher com pré-eclâmpsia podem se tornar mais estreitos, aumentando a pressão arterial. Além disso, podem ocorrer vazamentos nas artérias, permitindo que proteínas e líquidos escapem para os tecidos, causando inchaço e danos a órgãos como rins, fígado, cérebro e olhos.

Fatores de Risco

Algumas mulheres possuem maior probabilidade de desenvolver pré-eclâmpsia. Os principais fatores de risco incluem:

  • Hipertensão crônica (pressão alta antes da gravidez);
  • Obesidade;
  • Diabetes;
  • Doença renal;
  • Idade inferior a 15 anos ou superior a 35 anos;
  • Primeira gestação;
  • Histórico de pré-eclâmpsia em gravidez anterior;
  • Gestação de gêmeos ou múltiplos;
  • Doenças autoimunes (como síndrome do anticorpo antifosfolipídio);
  • Histórico familiar de pré-eclâmpsia;
  • Pouco tempo de exposição ao esperma do parceiro antes da gravidez, o que pode afetar a resposta imunológica da mulher.

Sintomas da Pré-eclâmpsia

Muitas mulheres com pré-eclâmpsia leve podem não apresentar sintomas evidentes. No entanto, sinais de alerta para pré-eclâmpsia grave incluem:

  • Dor de cabeça intensa;
  • Alterações na visão (visão turva, pontos brilhantes, sensibilidade à luz);
  • Náuseas e dor abdominal superior;
  • Dificuldade para respirar;
  • Inchaço excessivo;
  • Aumento súbito de peso devido à retenção de líquidos.

Se a pré-eclâmpsia não for tratada, pode evoluir para eclâmpsia, caracterizada por convulsões e perda de consciência. Além disso, há risco de complicações graves, como AVC e insuficiência de órgãos.

Diagnóstico da Pré-eclâmpsia

O diagnóstico da pré-eclâmpsia é feito por meio do monitoramento da pressão arterial e exames laboratoriais. Durante o pré-natal, o médico verifica a presença de proteína na urina e acompanha sinais de danos a órgãos. Mulheres com histórico de hipertensão devem ser monitoradas com mais atenção, pois têm um risco maior de desenvolver pré-eclâmpsia.

Critérios para o diagnóstico de pré-eclâmpsia:

  • Pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg;
  • Presença de proteína na urina;
  • Inchaço anormal, especialmente nas mãos e no rosto;
  • Sintomas de danos a órgãos (cérebro, fígado, rins, pulmões).

Se a pressão arterial atinge 160/110 mmHg ou mais, acompanhada de complicações como problemas renais ou hepáticos, a condição é classificada como pré-eclâmpsia grave.

Tratamento da Pré-eclâmpsia

O único tratamento definitivo para a pré-eclâmpsia é o parto, pois a remoção da placenta interrompe a progressão da doença. No entanto, a decisão sobre o momento do parto depende da gravidade da condição e do tempo de gestação.

Para pré-eclâmpsia leve:

  • Monitoramento regular da pressão arterial;
  • Exames frequentes para avaliar a saúde da mãe e do bebê;
  • Repouso e redução do estresse.

Para pré-eclâmpsia grave:

  • Internação hospitalar para monitoramento constante;
  • Uso de medicamentos para controlar a pressão arterial;
  • Administração de sulfato de magnésio para prevenir convulsões;
  • Parto antecipado se houver risco para a mãe ou o bebê.

Prevenção da Pré-eclâmpsia

Embora não haja uma forma garantida de prevenir a pré-eclâmpsia, algumas medidas podem reduzir o risco:

  • Manter um peso saudável antes e durante a gravidez;
  • Controlar condições médicas preexistentes (hipertensão, diabetes, doenças renais);
  • Realizar pré-natal adequado para detecção precoce da pré-eclâmpsia;
  • Uso de aspirina em baixa dosagem para mulheres com alto risco (sob orientação médica);
  • Manter-se fisicamente ativa e adotar uma alimentação equilibrada.

Considerações Finais

A pré-eclâmpsia é uma condição séria que pode afetar a saúde da mãe e do bebê, mas com acompanhamento médico adequado, a maioria das mulheres tem um desfecho positivo. O pré-natal regular é essencial para identificar sinais precoces da doença e prevenir complicações graves. Se você estiver grávida e apresentar sintomas como pressão alta, inchaço anormal ou dor de cabeça intensa, procure seu médico imediatamente para uma avaliação.

Fonte: Harvard Health Publishing por Reviewed by Howard E. LeWine, MD.